A hanseníase, mesmo sendo uma das mais antigas doenças descritas pela humanidade, ainda hoje é pouco conhecida pela população e por profissionais de saúde.
Os primeiros relatos foram há mais de 4000 anos na Índia, China, Japão e Egito. As pessoas com doenças deformantes na pele viviam fora dos povoados.
Um recorte da história da Hanseníase no Brasil:
- 1600: Os primeiros casos são notificados.
- 1820: O censo registra um alto índice da doença na população.
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1930: Emílio Ribas institui o isolamento compulsório em hospitais colônia. As pessoas perdiam o direito à cidadania, incentivando o preconceito e o estigma sobre a doença.
- 1980: O Brasil inicia o processo de fechamento dos hospitais colônia.
- 1987: O tratamento com a poliquimioterapia com três medicamentos é instituído.
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1995: A Lei nº 9.010 determina a proibição do termo “lepra”. A história da hanseníase não é do bacilo, mas de pessoas e famílias acometidas pela doença.
Número de casos no mundo
O Brasil ocupa a segunda posição entre os países que registram mais casos novos, sendo o primeiro país a Índia e o terceiro, a Indonésia. Como um problema de saúde pública, a notificação é compulsória e a investigação é obrigatória.
O que é hanseníase?
A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Pode afetar qualquer pessoa, mas está relacionada principalmente a condições econômicas, sociais e ambientais desfavoráveis.
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são:
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Manchas brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas e áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e ao frio), dolorosa (à dor) e tátil (ao tato);
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Comprometimento de nervos periféricos, geralmente manifestado por espessamento, associado a alterações sensitivas, motoras e autonômicas;
- Áreas com diminuição de pelos do corpo e sobrancelhas;
- Áreas com diminuição do suor e ressecadas;
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Sensação de formigamento e fisgadas, agulhadas, câimbras principalmente nas mãos e pés;
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Diminuição ou ausência da sensibilidade e da força muscular na face, mãos e pés;
- Dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés;
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Nódulos (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos, por vezes acompanhados de febre e mal-estar; Coceira ou irritação frequente nos olhos; Entupimento, sangramento ou ferida no nariz.
O diagnóstico precoce é muito importante para evitar transmissão, complicações e deficiências. Conhecer a doença é uma forma de combater o preconceito e a desinformação!
Fonte: MS, Ministério da Saúde